Crescem de forma espontânea quatro espécies de orquídeas silvestres na Quinta. Em post anterior já descrevemos a Serapias parviflora, que é a mais comum no Arboreto. Hoje tratamos da mais vistosa de todas, a Ophrys apifera, que no léxico popular é chamada de erva-abelha ou abelheira e a que os ingleses chamam bee-orchid.
A Ophrys apifera é uma orquídea silvestre comum na região Mediterrânica. Está presente no território continental ao longo de uma larga faixa costeira a sul do Mondego e também no litoral algarvio. Pertence à família das Orchidaceae e foi descrita pelo botânico britânico William Hudson em 1762.
Trata-se de uma espécie perene, muito vigorosa, que alcança mais de 50 centímetros de altura em alguns dos exemplares da Quinta. De uma roseta de folhas verdes elípticas e lustrosas cresce uma haste floral durante a Primavera e as flores abrem sucessivamente, de baixo para cima, entre Maio e Junho. O número de flores é muito variável, mas em regra não excede dez.
O epíteto específico apifera deriva do padrão colorido e formato do lábio da orquídea: Lembra claramente uma abelha. Apesar de estas plantas terem capacidade de se autofertilizar o formato do lábio é uma estratégia para atrair abelhas para procederem à fertilização.
As orquídeas silvestres são plantas protegidas pela legislação e na Quinta estão conservadas, identificadas e salvaguardadas contra o pisoteio acidental.
As fotografias exibidas foram captadas na Quinta em 21 de Maio de 2019 (fotografia do tema e a última) e em 27 de Maio de 2018 (as restantes)