O lado simpático do Inverno

Nem todos gostamos do Inverno. Associamos esta estação ao frio intenso, à chuva persistente e ao vento forte e estas condições atmosféricas possuem uma compreensível conotação negativa para quem vive em ambiente urbano.

No campo todas estas condições são imprescindíveis como a luz da Primavera ou o calor do Verão. O frio mata algumas pragas e é condição importante para quebrar a dormência de algumas sementes ou de estimular a floração de algumas árvores de fruto. A chuva devolve vida aos regatos e aos lameiros, inunda os solos em profundidade, enche os poços e pinta os campos de verde. E o vento forte dispersa sementes, solta as folhas velhas, derruba as árvores em final de vida e testa a solidez dos ramos das restantes. Todos juntos preparam o festim da Primavera que, este ano, começa com o equinócio de 20 de Março, terça-feira, pelas 16H15. Amanhã portanto.

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Foram raros os dias deste segundo Inverno em que não fomos à Quinta. Houve sempre imenso que fazer. Depois do susto do Verão passado quando o poço quase secou, a nossa prioridade deste Inverno foi a de constituir reservas de água. Ter um Arboreto botânico com exemplares da flora de todo o Mundo e não ter água são condições manifestamente incompatíveis. O nosso projecto de construir três lagos foi plenamente realizado e a chuva incessante que caíu em Março encheu-os completamente. Para além disso a nossa nova captação de água permite ampliar o Arboreto para cotas mais elevadas.

WP_20180318_17_41_18_Pro Caminho da ronda de cima vertical

Nestes últimos dias completámos a limpeza de silvados que nos irritavam particularmente desde que adquirimos a Quinta, porque tudo invadiam e sufocavam impedindo o acesso a alguns dos locais mais bonitos. É o caso do Caminho da ronda de cima, que se mostra na fotografia tirada a 18 de Março de 2018, caminho que desbravámos ao longo da base da imponente parede calcária com 7 metros de altura  que delimita o topo da propriedade. O ambiente é quase tropical pela humidade que ali se gera.

WP_20180318_16_43_53_Pro Água a escorrer na parede de rocha

Nestes dias de chuva, a água escorre abundantemente pela parede abaixo, em alguns sítios como pequenas cataratas e em quase toda a sua extensão de quarenta metros pingando a partir dos ramos de Rosa sempervirens selvagens que por ali se conseguiram fixar.

Não foi preciso fazer tudo de uma vez, mas foi foi preciso fazer alguma coisa todos os dias para termos os nossos trabalhos concluídos  coincidindo com o final do Inverno.

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