Compota de laranja doce e amarga da Quinta

Quando no final de 2015 visitámos pela primeira vez a Quinta, acompanhados pelo vendedor da imobiliária, encontrámos duas bonitas laranjeiras com cerca de cinco metros de altura cada uma. Ficámos entusiasmados com a perspectiva de, logo no nosso primeiro anos, podermos desfrutar daquelas centenas de laranjas que estas árvores produziam.

O vendedor, que obviamente já tinha ido à Quinta com outros clientes e havia aproveitado a oportunidade para testar as laranjas, emitiu uma opinião engraçada sobre este nosso entusiasmo: A laranjeira da entrada é doce, mas a que está junto do poço é tão amarga que só dá para misturar no Gin !!!

WP_20160304_17_50_16_Pro Primeiro ensaio bordadura Horta

Nesta fotografia de 4 de Março de 2016 vê-se bem a laranjeira amarga, lindíssima, por detrás da cobertura ogival do poço, enquanto em primeiro plano se destaca o nosso primeiro ensaio de bordadura para a Horta.

Ficámos portanto avisados que metade das laranjas só serviam para misturarmos no Gin. Seria necessário beber muito Gin para aproveitar tanta laranja… Ao longo destes dois anos por diversas vezes comemos estas laranjas, acompanhando esta acção de expressões faciais que não disfarçavam a amargura das mesmas.

Era uma pena termos centenas de laranjas desaproveitadas, pelo que em 2017 fizemos uma primeira tentativa de as transformar em doce… não correu muito bem porque a acidez daquela fruta continuava presente no doce. Depois fizemos bolo de laranja, também sem um resultado final brilhante…

WP_20180310_21_04_12_Pro laranjas da Quinta para o doce de compota

Este Inverno decidimos tornar a fazer mais uma tentativa, mas agora misturando apenas algumas laranjas amargas com as laranjas normais. Finalmente, obtivemos uma compota de doce de laranja de grande qualidade. Aqui vai a nossa receita:

Começámos por descascar 24 laranjas doces e 3 laranjas amargas e aproveitámos as cascas, que partimos em pedacinhos pequeninos com a mesma destreza de um Chef Avilez…

Colocámos estes pedaços de casca juntamente com as laranjas cortadas em pedaços e respectivo sumo dentro de uma panela. Acrescentámos 1,2 litros de água e 1,5 quilogramas de açúcar amarelo.

Colocámos tudo a ferver durante duas horas. Depois ficou a repousar durante a noite.

WP_20180310_22_51_32_Pro Compota de laranja amarga da Quinta

No dia seguinte deixámos ferver durante mais de duas horas. A compota começou a ganhar consistência e a ficar com aquela cor dourada que tanto queríamos. À medida que ganha consistência convém mexer com uma colher de pau com mais regularidade para evitar que se agarre. Desligamos quando o líquido escorre com alguma viscosidade da colher de pau.

Entretanto passámos os boiões de vidro – onde iríamos guardar a compota – pelo forno a 115 graus e, com eles ainda escaldantes, vertemos a compota para dentro de cada um. Finalmente, juntámos a alguns boiões pauzinhos de canela e,  a outros, nozes (da Quinta, claro) descascadas e gengibre. Não convém encher até cima. Enroscámos as tampas e voltaram outra vez para o forno durante 20 minutos.

WP_20180311_22_41_55_Pro Compota de laranja amarga da Quinta

Retirámos os boiões do forno e ficaram a repousar na bancada com as tampas viradas para baixo até arrefecerem por completo.

E assim transformámos laranjas, doces e amargas, numa extraordinária compota gourmet da Quinta.

Bom proveito.

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